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Ciências

Quando as pessoas come çam a contar pela primeira vez, quase de certeza que usaram as mãos. Como só temos dez dedos para contar, faz sentido contar em dezenas e assim começou o nosso sistema de numeração moderno (o sistema decimal).
Como é que começamos a contar?
Porquê usar as mãos?
Os dedos estavam “mais à mão” para contar mesmo antes de existirem palavras para os números. Tocar nos dedos enquanto contas ajuda-te a não perder a conta e ao esticar os dedos no ar podes comunicar sem precisar de palavras. A ligação entre os números é muito antiga. Ainda hoje, usamos a palavra latina que significa dedo (dígito) para designar número.
O que é a base de 10?
Os matemáticos dizem que contamos na base dez, isto é, em grupos de 10. Não há qualquer razão matemática para contarmos em dezenas, é apenas um acaso biológico. Se existirem extraterrestres com 8 dedos, contarão na base de 8.

Os homens das cavernas contavam?
Antes de a agricultura ter sido inventada, as pessoas viviam como “caçadores-recolectores”. Eles colhiam apenas o que precisavam e restava-lhes pouco para trocar ou armazenar, portanto não fazia muito sentido contar as coisas. Contudo, tinham alguma noção do tempo observando o Sol, a Lua e as estrelas.
Toda a gente conta?
Em alguns lugares, as pessoas ainda vivem como caçadores-recoletores. A maior parte sabe contar, mas alguns nem sequer se dão ao trabalho. A tribo Pirahã na floresta amazónica apenas conta até dois – os números maiores são “muitos”. Na Tanzânia, a tribo Hadza conta até três. Ambas as tribos consegues viver bem sem números grandes.
Então porquê?
Se podemos viver sem números, porque é que se começou a contar? Para acabar com as fraudes. Imagina pescares 10 peixes e pedires a um amigo que os leve para casa. Se não soubesse contar, o teu amigo poderia roubar alguns e tu nunca saberias.

O que vale a pena contar?
Mesmo quando as pessoas já tinham inventado os números e se habituaram à ideia, apenas contavam coisas que pareciam valiosas. Os Yupnos a Papuásia-Nova Guiné contam sacos de rede, saias de palha, porcos e dinheiro, mas não contam dias, pessoas, batatas-doces ou nozes!

Fonte: BALL, Johnny; Pensa num Número; 2006; 1ªEdição; Civilização