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Ciências

Diabetes Infantil
A diabetes é uma doença crónica cuja principal característica é a elevação da glicose (açúcar) no sangue, acima dos níveis considerados normais:
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De 70 a 100 mg/dl, em jejum, está dentro da normalidade.
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De 100 a 125 mg/dl, em jejum, é sinal de intolerância à glicose (pré-diabetes), com maior risco de desenvolver diabetes.
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Acima de 126 mg/dl, em jejum, em duas ocasiões diferentes, confirma o diagnóstico de diabetes.
Há dois tipos distintos tanto no que respeita à fisiopatologia (forma como a doença atua) como ao tratamento:
Diabetes Tipo 1 (DM1) ou Diabetes Insulinodependente
É uma doença auto-imune, caracterizada pela destruição por auto-anticorpos das células do pâncreas que produzem insulina. Isso acontece porque o organismo, por engano, as identifica como corpos estranhos. Os anticorpos são proteínas geradas no organismo para destruir germes ou vírus. Auto-anticorpos são anticorpos com «comportamento errado», ou seja, que atacam os tecidos do corpo da própria pessoa. Estes diabéticos produzem muito pouca ou nenhuma insulina e têm de a admnistrar através de injeções ou bomba para sobreviver. Sem insulina, a glicose não chega às células, que precisam dela como fonte de energia. A acumulação de glicose em valores elevados no sangue, com o passar do tempo, pode afetar os olhos, rins, nervos ou coração. Este tipo de diabetes é a forma mais comum de diabetes nas crianças e nos jovens.
Diabetes Tipo 2 ou Diabetes Adquirida
É caracterizada pela resistência à insulina - a pessoa não consegue usar adequadamente a insulina que produz. É a forma mais comum do adulto com excesso de peso. O tratamento é habitualmente a dieta e o exercício físico, ainda que nalguns casos seja necessária medicação com comprimidos ou até mesmo insulina. Por causa do aumento da incidência da obesidade, está a aumentar o número de casos de diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes. As pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar:
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vontade de urinar diversas vezes
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fome frequente
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sede constante
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perda de peso
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fraqueza
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fadiga
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nervosismo
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mudanças de humor
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náuseas ou vómitos


Alimentação da Criança Diabética
A alimentação do diabético é um aspeto fundamental do tratamento e deve ser planeada de forma a fornecer os nutrientes necessários mas respeitando, na medida do possível, os hábitos da família e as preferências da criança. A criança diabética não precisa de seguir uma dieta especial mas precisa de prestar mais atenção à quantidade e qualidade a comida que tem no prato. Se toda a família se envolver na modificação dos hábitos alimentares e adotar os princípios da alimentação saudável , fazendo refeições que todos partilham, é mais fácil atingir um bom controlo da doença e prevenir alguns dos problemas de saúde que a diabetes pode causar.
Como qualquer criança da mesma idade, a criança diabética deve ter uma alimentação que lhe permita manter-se saudável, crescer normalmente e manter um peso adequado. Se a criança fazia as refeições da cantina escolar antes de ser diagnosticada, deve continuar a fazê-las com alguns pequenos ajustes (informando a pessoa responsável e também a criança). Não há alimentos proibidos para a criança diabética. Mesmo os alimentos como guloseimas, bebidas açucaradas e bolos, podem ser guardados para ocasiões especiais.
Os alimentos para diabéticos raramente são recomendados porque não são necessários e são quase sempre mais caros. Por vezes, os alimentos para diabéticos limitam-se a substituir o açúcar por adoçantes, e nalguns casos, apesar de terem menos açúcar, acabam por ser mais ricos em gordura. Podemos por isso dizer que é preferível aprender a comer os diversos alimentos (pão, bolachas, sumos, etc) do que recorrer a «produtos para diabéticos» como solução simples e eficaz para controlar a alimentação do diabético.
Fonte: ABREU, Rodrigo Marrecas de; O Grande Livro da Alimentação Infantil; 2009; 1ª Edição; Esfera dos Livros