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Economia com História

Há muitos anos atrás, as pessoas tinham que andar constantemente de um lado para o outro, em busca de alimentos. Há coisa de uns 10000 anos, aperceberam-se de que, se guardassem as sementes e as plantassem mais tarde, conseguiriam substituir. Aprenderam também a domesticar alguns animais selvagens. A partir de então, passaram a possuir um abastecimento permanente de alimentos, sem precisarem de se deslocar. Gradualmente, os pequenos agregados populacionais foram-se disseminando. Os habitantes das aldeias começaram a fazer cestos, sacos e recipientes em cerâmica, para armazenarem os alimentos. Aperfeiçoaram algumas ferramentas, para trabalharem a terra, colherem as sementes e construírem casas. Com o decorrer do tempo, descobriram que certas pessoas tinham mais jeito para trabalhar o barro, ao passo que outras se mostravam mais à-vontade na manufactura de cestos ou enxadas.

Os oleiros podiam trocar os seus produtos por alimentos ou ferramentas. É provável que os fabricantes de machados achassem o seu trabalho mais valioso, já que demorava mais tempo. Por isso, um machado podia valer uns quatro potes. As pessoas faziam acordos sobre a melhor forma de trocarem bens.

Uma vez sedentarizados, os homens desenvolveram novas capacidades.

Aprenderam a fazer ferramentas e a tratar das colheitas.

 

Foi no Médio Oriente, onde a terra era rica e fértil, que se fizerem as primeiras sementeiras.

A Troca de Bens

No mercado, as pessoas procuram quem queira trocar com elas os seus géneros… o que nem sempre é fácil!

 

 

Quatro pessoas chegam ao mercado, para trocar vários tipos de géneros. Uma traz peixe e quer uma lança. Outra tem uma lança e precisa de cereais. A terceira tem cereais que quer trocar por um pote, e a quarta tem potes, mas precisa de uma lança. Claro que nenhuma delas conseguiu o que queria.

 

 

As pessoas tinham que escolher muito cuidadosamente os locais em que se instalavam. Formavam-se muitas aldeias, nas regiões em que os solos eram férteis para a agricultura ou dotados de características propícias ao fabrico de cerâmicas ou cestos.

 

Isso deu origem a que algumas aldeias dispusessem de mais cereais ou potes que os de que necessitavam. Se as pessoas não podiam proceder à troca dos bens no interior das povoações, levavam-nos para o mercado.

 

O mercado era o local em que as pessoas das diversas povoações trocavam os seus bens pelos produtos de que necessitavam.

 

Nos mercados, regateia-se sempre muito. Por vezes, isso dá origem a situações problemáticas.

     O Mercado

Em certas zonas de África, utilizavam-se conchas de caurim. No entanto, os primeiros mercadores, vindos da Índia, recusaram-se a trocar por conchas os bens que traziam.

 

Nas praias da Índia existiam imensas conchas de caurim, pelo que não lhes atribuíam o mínimo valor.As primeiras modalidades de dinheiro, como o gado, o sal e os utensílios, eram bens que podiam ser utilizados.

 

As conchas e contas de vidro, por sua vez, possuíam um valor mais simbólico – como acontece com o dinheiro que utilizamos hoje.

 

 

Este sistema de trocas nem sempre funcionava, como é óbvio. Por isso, em várias regiões do Mundo, procurou-se resolver o problema de outra forma.

 

Alguns objectos eram considerados preciosos. Se se queria vender uma coisa, recebia-se em troca um certo número desses objectos.

 

Se se pretendia comprar outra coisa, ela era paga da mesma forma.Esses objectos eram utilizados como uma espécie de dinheiro.

 

Em algumas ilhas do Pacífico, os povos utilizavam rodas de pedra para a compra e venda de bens.

 

Gado, utensílios, armas, sal, sementes de coco, contas de vidro, chá prensado – tudo isto foi utilizado como dinheiro.

Objectos Valiosos

Os mercadores iam a Babilónia vender óleos aromáticos preciosos. Este mercador pagou-os com lascas de uma barra de ouro.

 

 

Na China, as primeiras moedas chamavam-se cash. Na Grécia, todas as moedas tinham marcado o seu próprio peso.

 

Mais tarde, começaram a ostentar efígies de governantes e deuses. As moedas de bronze romanas tinham o desenho de uma vaca , para que as pessoas compreendessem que valiam tanto como o gado.

 

 

À medida que o comércio se desenvolvia, tornou-se necessário descobrir algo que fosse valioso para toda a gente.

 

O ouro, tal como os outros metais raros, já era muito valioso pela sua beleza.

 

Na Babilónia, utilizavam-se lascas de ouro e prata como moeda.

 

No Egipto, o ouro e a prata, cortados em tiras, eram pesados em balanças, cujos pesos (de pedra ou bronze) tinham formas bizarras.

 

Esses pesos já tinham, por seu turno, servido como moeda. As primeiras moedas surgiram há cerca de dois mil e setecentos anos.

As primeiras moedas

Esses pedaços eram depois colocados entre dois cunhos, os quais eram apertados de forma a que as efígies ficassem gravadas de ambos os lados das moedas. Era um processo muito lento.

 

 

Há cerca de trezentos anos, foram construídas as primeiras máquinas de cunhagem rápida.

 

 

As moedas eram muito úteis, mas difíceis de transportar. Quando a procura aumentou, tornou-se necessário fabricá-las em oficinas.

 

Estas oficinas tinham, claro, que ser muito seguras, e as pessoas que lá trabalhavam de uma honestidade sem mácula.

 

Muitas dessas primeiras ‘’casas da moeda’’ funcionavam em mosteiros.

 

De início, as moedas eram feitas à mão. Os metais eram fundidos, arrefecidos e cortados em pedaços com pesos iguais.

Há cerca de quinhentos anos, o espanhol Francisco Pizarro chegou ao Peru, acompanhado de um pequeno exército.

 

 

 

Pizarro não queria fazer comércio, mas sim conquistas o império Inca. Aprisionou o ‘Inca’, derrotou o seu exército e escravizou grande parte da população. O ouro dos templos foi saqueado e levado para Espanha, onde seria fundido e transformado em moeda.

A cunhagem da moeda

 

 

 

Na Europa e na Ásia, o comércio e a utilização do dinheiro veio modificar a vida da maioria dos povos. No entanto, havia sítios onde o dinheiro não era utilizado.

 

No Peru, o ouro era muito abundante… mas não se utilizava no fabrico de moedas.

 

Servia para o fabrico de magníficos ornamentos, assim como para a decoração dos templos.

 

O soberano dos incas tinha o nome de ‘Inca’. O seus súbditos não recebiam dinheiro em troca do trabalho que faziam. Toda a gente trabalhava para o bem-estar da comunidade.

Países sem dinheiro

Depois, os governantes começaram a querer poupar o seu ouro e a sua prata, por isso passaram a fabricar moedas com ligas de metais mais baratos.

 

As moedas deixaram de valer o seu peso em ouro ou prata, embora continuassem a ser utilizadas na compra e venda de bens.

 

 

 

Ano após ano, os espanhóis foram trazendo o ouro e a prata da América do Sul.

 

As viagens de regresso a Espanha não eram fáceis, dado que os barcos alemães, franceses e ingleses, esperavam os espanhóis para lhes roubarem os tesouros.

 

O mar estava infestado de piratas e as estradas de salteadores, dispostos a correr todos os riscos para fazer fortuna.

 

Havia também quem cortasse pedaços de ouro e prata das moedas, o que era muito difícil de detectar. Só quando os bordos das moedas começaram a ser estriados é que se pôs termo a esta infracção.

As pessoas podem gastar esse dinheiro, levantando-o ou passando cheques.Os cheques autorizam o banco a pagar uma determinada quantia a uma determinada pessoa.

 

Os depositantes podem, em qualquer altura, pedir um saldo dos seus depósitos – que lhes mostra a quantidade de dinheiro que têm na sua conta.

 

Se os depositantes gastarem mais dinheiro que o que possuem, serão informados pelo banco.

 

 

 

Atualmente, recomenda-se às pessoas que poupem o seu dinheiro. Quando depositas dinheiro num banco, ganhas algum em contrapartida. É o lucro.

 

O banco empresta esse dinheiro às pessoas que dele precisam, as quais, além de terem que o devolver, terão que dar ao banco parte dos seus lucros. O banco tem que receber, das pessoas a quem empresta, lucros superiores aos que paga aos depositantes, de forma a obter os seus próprios lucros.

 

Os bancos oferecem muitos outros tipos de serviços. Por exemplo, os ordenados podem ser pagos directamente, por transferência bancária.

 

Transgressores

Outros são propriedade de vários sócios, chamados ‘accionados’.

 

 

Cada accionista possui uma parte, ou ‘ação’, e recebe a fatia que lhe corresponde dos lucros do negócio. Por vezes os lucros são reinvestidos no negócio, de forma a que este possa crescer cada vez mais.

Dinheiro no banco

 

 

 

 

 

Todos os negociantes pretendem que as pessoas lhe comprem bens ou serviços, de forma a obterem os seus lucros. Parte desse dinheiro é dispendioso na manutenção do próprio negócio. A estes custos dá-se o nome de ‘despesas’. Todas elas são pagas pelo cliente – ou seja, estão incluídas no preço daquilo que compram. Se o negócio não consegue cobrir as suas próprias despesas, abre falência, atirando para o desemprego todos os que nele trabalham.

 

Alguns negócios são propriedade de uma só pessoa. Os lucros do negócio são, assim, propriedade dessa pessoa.

Negócios e lucro

É difícil, para um governo, determinar com exatidão e justiça quanto devem pagar os mais ricos e receber os mais pobres.

 

Muitas pessoas pedem emprestadas grandes quantidades de dinheiro, apesar de terem que pagar bastante por ele.

 

Por vezes pedem mais que o que podem pagar, o que dá origem a sérios e graves problemas.

 

 

 

Parte do dinheiro que ganhamos é entregue ao Estado, sob a forma de impostos.

 

Os impostos são utilizados para benefício dos cidadãos. São eles que pagam os hospitais, as escolas, as estradas, a polícia e a defesa de um país.

 

Parte desses impostos é utilizada para pagar aos reformados, desempregados, deficientes e outras pessoas que não conseguem prover à sua própria subsistência.

 

Quanto mais dinheiro ganhamos, maiores os impostos que pagamos.

 

Assim, os governos tentam obrigar todas as pessoas a contribuir com a sua parte para as despesas do país.

Fazer e Repartir Dinheiro

Quando isso acontece, os países mais ricos auxiliam no que podem.

 

No entanto, é preciso um auxílio muito maior para que esses países consigam descobrir a forma de se auto-alimentarem.

 

Os países mais ricos têm muitas colheitas e variadíssimos tipos de bens para vender.

 

É por isso que podem sempre comprar facilmente tudo aquilo de que não dispõem.

 

 

 

 

Nos países ricos da Europa e América do Norte, poucas pessoas morrem de fome. Nos países pobres, contudo, as coisas não se passam assim.

 

 

De facto, esses países pouco ou nada têm para vender aos outros. Assim, os seus governos dispõem de pouco dinheiro.

 

 

Têm que contar apenas com o que a população cultiva para comer, já que não dispõem de dinheiro para comprar alimentos ao estrangeiro. Se não chover e as colheitas forem fracas, as pessoas não terão que comer.

Entregavam uma quantia a quem lhes entregasse uma determinada quantidade em ouro.

 

As notas podiam ser copiadas com facilidade. Por isso os bancos decidiram numerá-las.

 

Imprimiram-lhes também desenhos complicados, muito difíceis de reproduzir. As notas atuais possuem uma filigrana e uma tira metálica, que dificultam ainda mais a sua falsificação.Os chineses inventaram o papel-moeda há mais de quatro mil anos. Era impresso com tinta azul, num papel obtido a partir da amoreira.

 

 

 

As pessoas abastadas precisavam de locais muito seguros para guardar as suas grandes quantidades de dinheiro. Os ourives dispunham, nas suas lojas, de caixas-fortes onde guardavam dinheiro e objectos valiosos de outras pessoas, entregando-lhes, como garantia, um recibo.

 

Com esse recibo, as pessoas podiam comprar coisas. Os ourives funcionavam um pouco como os bancos de hoje. Os seus recibos eram uma espécie de papel-moeda.

 

Depois apareceram os bancos, cujo principal intuito era o de proporcionar com segurança este tipo de serviços. Os bancos dispunham de uma reserva de ouro.

Ricos e Pobres

Papel-moeda

Um objetivo de grande dimensão é conseguir um dia criar uma moeda única, válida em todo o Mundo.

 

 

Neste momento, a maior parte dos países da União Europeia já aderiram e têm o Euro como unidade monetária.

 

 

 

 

A forma como o dinheiro é utilizado tem vindo a mudar, sobretudo nos países mais ricos, nos últimos anos.

 

 

Os cartões são bastante úteis e estão cada vez mais a substituir o dinheiro e os cheques.

 

 

Agora é possível acedermos aos bancos através da internet, de forma a sabermos rapidamente em que ponto se encontram as nossas contas bancárias. Também é possível visitarmos muitas lojas e serviços de forma virtual e fazer dessa forma as nossas compras através do nosso computador, tablet ou smartphone.

Na atualidade

Fonte: KAIN, Carolyn; A História do Dinheiro; Impala; Lisboa

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