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Os Medos
Os medos e os temores são um fenómeno frequente em certos períodos da infância. Desde o nascimento até aos 5 anos, estas reações apresentam-se perante situações pouco comuns na vida da criança, como ruídos intensos, objetos estranhos ou pessoas desconhecidas; os bebés reagem com choro perante estas mesmas circunstâncias.
Alguns estudos demonstraram que cerca de metade das crianças entre os 6 e os 12 anos apresenta alguma manifestação de medo de média intensidade ou esporádica, comparando com 6% que experimenta medos intensos e inadaptados. O medo converte-se em fobia infantil quando o comportamento não é adequado à situação:
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Evita-se o contacto de forma reiterada com o estímulo temido.
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É irracional.
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Está fora do controlo voluntário.
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A resposta de medo é intensamente desproporcionada.
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Não corresponde à idade ou ao estado evolutivo.
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Dura longos períodos de tempo.
Respeito pelos sentimentos infantis
Devemos considerar com seriedade os temores das crianças, mesmo nas ocasiões em que aos adultos custa entender a causa do medo. Em nenhum caso deve mostrar-se indiferença em relação a eles. As inquietudes das crianças não devem ser recusadas com brusquidão nem com comentários como «Que disparate!». Do mesmo modo, deve evitar-se os “bons conselhos” do tipo «Faz um esforço!», ou «Sê valente!». A única coisa que se conseguirá é, daí para a frente, que guarde os seus sentimentos e perca a confiança necessária para partilhar os seus medos. As crianças esperam que os adultos respeitem os seus sentimentos. A atitude mais razoável, por parte dos pais, é a de analisar o problema.

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O Medo na Infância
Os temores aumentam cerca dos 3 anos, idade em que a maioria das crianças padece de mais de um tipo de medo, sem isto se possa considerar raro ou patológico. A partir dos 3 anos, os medos mais comuns são aos animais (cães, gatos, aranhas…) e à escuridão, e em menor medida a seres imaginários como monstros e fantasmas.
O Medo na Adolescência
Durante a adolescência aparecem medos de outro tipo, mais ligados a aspetos sociais do que a objetos concretos. Trata-se, por exemplo, de medos a situações novas, a relacionar-se ou a falar com pessoas desconhecidas, ou simplesmente a passar pelo ridículo.
Medo Patológico
Os medos infantis podem ser considerados patológicos quando se prolongam para além dos 12 anos. De igual modo, quando são desproporcionados relativamente ao estímulo que causa ou quando se reconhecem como irracionais e interferem no ritmo de vida da criança ou do adolescente. Nestes casos, o mais apropriado é consultar um especialista para que indique a melhor forma de trata-los ou superá-los.
Medo da Escola
A escola é a única grande obrigação das crianças: devem assistir às aulas, ser pontuais de manhã, permanecer quietas e atentas na aula... Algumas crianças vão para a escola temerosas ou inquietas. O começo da recusa em ir para a escola devido a algum tipo de medo costuma ser repentino nas crianças de tenra idade. Nos mais velhos, ou adolescentes, é costume instalar-se de forma progressiva, é de caráter mais intenso e grave, e com pior prognóstico. Foi comprovado que os medos escolares aumentam com a idade, ao contrário do que acontece com os medos infantis.
Causas da rejeição à escola
As principais são:
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Medo do fracasso escolar e do castigo
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Medo do mal-estar físico
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Medo social
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Ansiedade antecipada
Sinais do medo à escola
As atitudes típicas que indicam medo de ir à escola são:
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Negam-se, cada manhã, a levantar-se quando os pais os acordam.
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Choram, gritam e dão pontapés ao levá-los para a escola.
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Queixam-se de dores e doenças na hora de ir para a escola, mas os sintomas desaparecem se lhes for permitido ficar em casa.
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Antecipam consequências desfavoráveis.
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Avaliam negativamente as suas capacidades.
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Planeiam fugir da escola.
Medo do Escuro
O medo do escuro geralmente aparece por volta dos 2 anos e desaparece por volta dos 9. Costuma padecer deste medo uma em cada 3 crianças. Surge à noite, quando chega a hora de ir para a cama. O temor à escuridão está associado a diferentes tipos de medos, como o medo que apareçam monstros, o medo da separação ou da solidão… Uma luz acesa durante toda a noite ou simples adesivos fluorescentes aplicados na parede ou no teto, no caso de crianças entre os 2 e os 4 anos, podem remediar o temor quando se manifesta com intensidade.
Fontes: Grupo Oceano; ABC do Crescimento, Biblioteca Médico-Científica para a Família; Saúde Infanto-Juvenil; Editorial Oceano